Sarah Sheeva

Primeira de sua família a se converter ao Evangelho de Cristo, em outubro de 1997 no Rio de Janeiro, quando sozinha em seu quarto, teve uma experiência sobrenatural com Cristo, Sarah Sheeva passou a interceder por sua mãe, e por toda a sua família. Dois anos depois, sua mãe, Baby do Brasil, teve sua experiência de conversão que impactou o Brasil.

Depois de quase dez anos atuando como cantora, primeiro como back-vocal de seus pais e depois com suas duas irmãs, Nãna Shara e Zabelê, no grupo musical conhecido como SNZ, em que atuou por cinco anos e deixou em 2003, para seguir seu chamado ministerial e trabalhar por tempo integral na obra de Deus como missionária e pregadora da palavra, estando vinculada à cobertura de seus pastores José Antônio e Ludmila Ferber, da Igreja Celular Internacional em Copacabana/RJ.

Entre os dias 8 de 18 de julho, Sarah esteve em Parnamirim-RN dando palestras no Ministério Internacional Belém (MIB). Na última segunda-feira, dia 19, ela concedeu uma entrevista ao jornal Potiguar Notícias, a qual transcrevemos na integra. Confira:

PN: Porque você deixou a carreira de cantora?

Eu deixei a banda do SNZ em 2003 porque eu já não estava feliz naquele trabalho. Desde 2002 eu estava tentando sair porque eu não estava satisfeita, não tinha mais a ver com o meu ideal de vida, não era mais aquilo que fazia meu coração bater e motivar pra trabalhar. Meus sonhos mudaram, meus ideais mudaram e de repente, eu já não queria mais cantar para o entretenimento das pessoas, mas eu queria poder cantar música que trouxesse algum benefício espiritual. Então, quando o SNZ encerrou o seu contrato com a gravadora na época, eu aproveitei pra sair.

PN: E o que aconteceu pra você ver as coisas da forma que você vê hoje?

Durante os cinco anos que eu fiz parte da banda, eu fui amadurecendo muito espiritualmente. Fui começando a ver as coisas de forma diferente na área da música. Comecei a vê-la de uma forma espiritual, como algo que faz parte de uma missão e, então, passei a encarar de outra forma. Dessa forma, aquilo que pra mim antes era um trabalho divertido, passou a se tornar um peso, não mais uma coisa agradável, até que se tornou insuportável e eu finalmente sai.

PN: Hoje, no meio evangélico, você é conhecida como a missionária Sarah Sheeva e dá palestras nas igrejas sobre diversos temas. Qual o objetivo dessas palestras?

O objetivo dessas palestras é abençoar e edificar o povo cristão de um modo geral. Essas palestras surgiram porque no início eu recebia convites para ir nas igrejas para que eu pudesse contar o testemunho com minha experiência com Deus. Só que quando eu começava a pregar e no meio do testemunho dava uma palavra, Deus me tocava muito ali e consequentemente, tocava as pessoas. Algumas delas chegaram pra mim e diziam que aquelas palavras traziam uma mudança pra vida delas. Então, eu comecei a perceber que o meu trabalho foi tomando a forma não mais para falar do testemunho de conversão, mas para levar um conhecimento novo que eu estava adquirindo para as pessoas que já acreditam na Bíblia. Infelizmente, hoje a gente vê muitas pessoas que envergonham o nome de Jesus e dão mal testemunho dentro da própria igreja. Então, Deus começou a me dirigir para tratar essa questão do caráter do povo cristão. De repente, meu trabalho se voltou todo pra igreja e não mais para as pessoas que não conhecem a bíblia, mas para as pessoas que estão dentro das igrejas e que muitas vezes proferem aquela fé, mas não têm nenhum bom testemunho, não têm um caráter parecido com o de Jesus Cristo. Pelo contrário, só fazem atrapalhar aqueles que querem um exemplo, querem um referencial, ou seja, essas pessoas só fazem atrapalhar a imagem de Jesus Cristo. Então, meu trabalho surgiu exatamente por causa disso, porque eu via realmente a possibilidade de ajudar as pessoas com a experiência que eu tive.

PN: E por que existem esses esses “falsos crentes” dentro das igrejas?

O primeiro motivo foi o que Jesus Cristo disse. Ele veio para os doentes. Então, na verdade, as pessoas são “ex-um monte de coisa ruim” mesmo. Eu mesma deixei de ser várias coisas ruins, mas graças a Deus não tão ruins como muita gente que estava muito pior do que eu. Só que as pessoas precisam deixar de ser “doentes”, mas muitos não deixam. Eles vão, proferem uma nova fé, uma nova crença, mas o caráter continua ruim. E na verdade, o caráter não depende da fé ou da religião. Ou seja, não é legal que o povo que é seguidor de Jesus Cristo, que foi um homem de um caráter tão excelente, não seja “tratado” na área do caráter, da índole, da conduta. Esse é um motivo que eu observo hoje. As pessoas se acomodam muito nessa coisa da fé e dizem: “eu sou cristão, Jesus me perdoou”. Sim, Jesus perdoou, que benção, mas o caráter é responsabilidade de cada um. Todos vão dar conta, diante de Deus, de tudo que fazem. Então, todos nós precisamos trabalhar esse lado, trabalhar o caráter, e na igreja muitas vezes a gente vê as pessoas negligenciando esse lado. Falam-se muito de Deus e espiritualidade, mas esquecem do caráter.

PN: Você pretende seguir a carreira de cantora gospel?

Eu comecei o meu trabalho cristão como cantora gospel em 2005, quando eu lancei o primeiro cd gospel, chamado “Tudo Mudou”. Esse cd tem músicas com o mesmo estilo do SNZ, digamos pop e com muitos vocais, que é a minha marca registrada. Então, eu tenho essa carreira de cantora paralela ao ministério de escritora e de pregadora e palestrante. Ser cantora hoje não é meu foco principal, mas eu sempre vou cantar, porque é um trabalho que eu tenho e gosto; e é super válido hoje no meio gospel, que é um meio tão carente de modernização musical. A gente vê hoje muita cafonice.

PN: Você disse que é escritora. De que falam seus livros?

O primeiro livro, o “Defraudação Emocional”, é tema do primeiro congresso que eu ministrei. Durante a palestra, que ministrei aqui em Parnamirim na semana passada, não dá pra citar todos os detalhes, o que não acontece no livro, em que eu consigo entrar em todos os detalhes. Esse livro fala sobre relacionamento e sobre as decepções que as pessoas têm que fazem com que elas não queiram mais sonhar, não queiram mais se relacionar. Fala também sobre as formas que as pessoas são magoadas e feridas sentimentalmente dentro da própria igreja por falta de conhecimento e cuidado.

O segundo livro, chamado “Onde foi que eu errei?”, fala de um assunto totalmente diferente. É um livro sobre criação de filhos. O livro explica porque os filhos dos crentes se desviam dos caminhos do Senhor e lista os principais erros que os pais cristãos não devem cometer com seus filhos. O livro também mostra como recuperar os filhos que hoje estão desviados dos caminhos certos.

PN: Você acredita que o sucesso desse seu trabalho também se deve pelo fato de você ser filha de Baby Consuelo e Pepeu Gomes?

Eu acho que não, porque inclusive eu peço que meu nome nem seja divulgado com o nome dos meus pais. Quando eu fecho uma agenda, eu peço que meu nome não seja vinculado aos nomes artísticos dos meus pais. Não utilizo o nome de ninguém e nem mesmo o nome da banda que eu fiz parte para me promover, até porque meu interesse é outro, para outro público e outra visão. As coisas velhas se passaram. Então, eu não quero realmente vincular com nada do passado. A única coisa que eu faço é contar sobre meu testemunho das coisas que aconteceram, quando as pessoas perguntam, mas com único objetivo de mostrar para as pessoas que realmente Deus pode mudar a situação como mudou a minha.

Fonte: Jornal Potiguar Notícias – Jefferson Lira

 
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